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‘Se o réu for absolvido, aquela mãe vai ver que justiça não existe’, diz promotora em julgamento de PRF

Referindo-se à mãe do empresário morto em briga de trânsito, promotora dirigiu-se aos jurados na retomada do julgamento, na tarde desta quinta-feira (30).

júri do policial rodoviário federal Ricardo Su Moon que acontece nesta quinta-feira (30) no plenário do Fórum de Campo Grande (MS), foi retomado no período da tarde com as considerações do Ministério Público para os 7 jurados. A promotora de Justiça Lívia Carla Bariani dirigiu-se ao júri mencionando a mãe de Adriano, que acompanha o julgamento desde o início, na plateia:

“Se o réu for absolvido hoje, aquela mãe que está aqui assistindo vai ver que Justiça não existe”, declarou.

Lívia Carla afirmou ainda que, caso Moon não seja condenado, o Ministério Público vai recorrer da decisão: “Pelas inúmeras razões que citei, ele não pode ser absolvido”, disse a promotora.

primeiro julgamento de Moon, em 11 de abril, foi adiado porque um dos jurados passou mal. O júri segue, neste momento, com as considerações do advogado de defesa, Renê Siufi.

O que disse o réu

O policial rodoviário federal Ricardo Su Moon, falou ao júri durante cerca de 40 minutos pela manhã. A juíza Denize Dodero solicitou que ele descrevesse os fatos de acordo com sua versão. Moon afirmou que atirou no empresário e não no veículo porque sentiu que seria atropelado: “Bala não para carro”, declarou.

O PRF afirmou que foi “fechado” no trânsito e imaginou, a princípio, tratar-se de um atentado. Ao descer do veículo, com sua lanterna, aproximou-se da caminhonete onde estavam Adriano, Aguinaldo no banco da frente e Vinicius no banco de trás.

“Percebi que os 3 estavam muito agitados, olhos vermelhos, vi que não se tratava de um atentado mas que estava lidando com 3 pessoas alcoolizadas”. Horas antes, as testemunhas disseram que Moon não apresentou uma identificação de policial. A juíza então questionou sobre a identificação do PRF, que respondeu:

“Minha identificação policial naquela época era meu termo de posse numa folha de papel dobrado na minha carteira. Para mostrar eu deveria usar as 2 mãos, em uma situação que não me dava segurança, mas disse que ia mostrar depois, não me recusei a mostrar”.

Testemunhas não confirmaram embriaguez

primeiro a falar foi Vinicius Ortiz, que também estava na caminhonete da vítima, na época adolescente. Ele disse que foi alvejado nas pernas e desmaiou quando o carro bateu. Enquanto isso, o réu estaria conversando com os policiais. O rapaz ainda comentou que eles estiveram em um “botequinho”, antes de ir para a boate, ocasião em que “tomaram cerveja” e, na boate, “vodca com energético”. Porém, questionado sobre Adriano, ele disse: “Eu não sei se ele estava alcoolizado, mas ele tinha bebido”.

Nesta quinta-feira, no entanto, o rapaz desmentiu que o Adriano estava bêbado. O advogado de defesa, Renê Siufi, perguntou: “No depoimento o senhor disse que ele [Adriano] estava alcoolizado, o senhor desmente isso?”. E ele responde: “Desminto”.

Diante a todas as declarações, Moon permanece em silêncio. O próximo a falar foi o padastro de Vinicius, Agnaldo Spinosa da Silva, que também estava no interior da caminhonete. “Ele desceu e começou a xingar a gente, chamou de vagabundo, de bêbado”, alegou. Na sequência, a testemunha contou que o agente pegou o telefone e informou que acionaria a polícia, quando “Adriano pediu desculpas 3 vezes”.Pedimos a identificação e ele falou que não ia mostrar naquele momento nada pra gente, eu fui pro lado da caminhonete, ele puxou a arma e apontou para mim, eu levantei as mãos e depois o Adriano me chamou e eu voltei para a caminhonete”, emendou.

Por Ricardo Freitas e Jaqueline Naujorks, G1 MS

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