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Com escassez hídrica, volta do horário de verão é debatida

Entidades dizem que o horário de verão economizaria entre 2% e 3% do consumo no início da noite

Após ser extinto em 2019 pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), o horário de verão voltou a ser debatido em âmbito federal com os baixos níveis de reservatórios ocasionados pela escassez hídrica.

Como apontou o Diretor Presidente da Energisa de Mato Grosso do Sul, Marcelo Vinhaes Monteiro, o sistema usado para economizar energia pode retornar.

“Se a gente tivesse no país inteiro com os reservatórios cheios, o horário de verão economizaria pouco, mas na atual circunstância em que estamos, ele é interessante. Então está se discutindo sim e ele pode retornar”, disse.

Neste mês, entidades ligadas ao setor elétrico criaram um documento defendendo o retorno do horário de verão.

A associação composta por setores do turismo, como CNTur e Feturismo, o setor de restaurantes e ainda shoppings, apoiaram o retorno do programa, que adia em uma hora o fim do dia, garantindo melhor uso de iluminação natural em um horário de grande demanda por eletricidade.

“O ganho é pequeno, mas nesse momento precisamos contar megawatt por megawatt”, disse o ex-diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, que vem trabalhando com o ICS e o Idec na avaliação da crise e da atuação do governo para enfrentá-la.

O grupo de entidades diz que o horário de verão economizaria entre 2% e 3% do consumo no início da noite, reduzindo a necessidade de acionar térmicas mais caras que hoje pressionam a conta de luz.

Segundo Barata, o próprio ONS foi contrário ao fim do horário de verão, mas prevaleceu o argumento de que a economia vinha se reduzindo na medida em que o pico do consumo no verão se deslocou para o meio da tarde, quando uma quantidade maior de aparelhos de ar condicionado estão ligados.

“Um dos argumentos é que economizávamos R$ 400 milhões e passamos a economizar R$ 100 milhões”, disse Barata. “Mas agora, se a gente economizar R$ 1 milhão está bom.”

Escassez hídrica

De acordo com o Diretor Presidente da Energisa-MS, a escassez hídrica não é uma questão Estadual.

“Nosso desafio está na geração de energia, a Energisa aqui é uma distribuidora, ela não gera energia. Então o desafio é nacional, nosso país vive um desafio de geração”, explicou.

Ele disse ainda que, por enquanto, não existe risco de racionar energia em Mato Grosso do Sul.

“O governo federal trabalha, ele está entrando com várias térmicas, então a gente tende a sofrer pressão por preços, mas não de falta de energia”, completou.

 

 

fonte: correiodoestado  Gabrielle Tavares

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