Apreensões de agrotóxicos crescem 115% em MS


A região de fronteira com o Paraguai facilita a entrada de produtos clandestinos no país, segundo PRF. Em 2018, Ministério da agricultura destruiu mais de 40 toneladas do produto.
Nos primeiros três meses de 2019, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 2.740 kg de agrotóxicos contrabandeados nas rodovias de Mato Grosso do Sul. O número é 115% maior se comparado ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o chefe de comunicação da PRF, Tércio Baggio, os produtos são apreendidos nas regiões de Dourados e Ponta Porã: “Normalmente os agrotóxicos entram pela região de fronteira com o Paraguai e destinam-se ao mercado consumidor em regiões agrícolas em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás”.
Só a Polícia Militar Rodoviária apreendeu mais de 3.300 kg de produtos químicos nas rodovias estaduais. O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, Dirson Freitas explica que, além de não serem autorizados, esses produtos podem trazer muitos prejuízos:
“Essa prática é condenável sob todos os aspectos, na questão ambiental, social e técnica. O uso indevido desses produtos sem assistência técnica tem seus reflexos, tanto no operador, na pessoa que aplica, e também naqueles que vão consumir os produtos após a colheita”, declara.
Em MS, a fase é de transição de culturas, entre a colheita da soja e o plantio do milho safrinha. É neste período que há maior demanda por defensivos agrícolas no campo, por isso as apreensões costumam aumentar nesta época do ano, segundo a polícia. Entre 2017 e 2018, o Ministério da Agricultura em MS enviou para destruição 45 toneladas de agrotóxicos que entraram de forma ilegal no estado.
Segundo Ricardo Hilman, chefe do serviço de fiscalização de insumos agrícolas e sanidade vegetal do Ministério da Agricultura em Campo Grande. Ele explica que os dados não foram atualizados, mas estima-se que há uma quantia superior a 50 mil toneladas sob custódia de vários órgãos para serem destruídas.
“Há uma preocupação por parte da ministra Tereza Cristina, que esteve em reunião com o ministro da agricultura do Paraguai na última semana, onde já iniciaram algumas conversações para minimizar ou até tentar solucionar esse tipo de problema o mais rápido possível”.
Na última semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública decidiu manter a força nacional por mais 90 dias na região de fronteira em Mato Grosso do Sul, um reforço que também pode ajudar no combate ao contrabando.
fonte: G1 MS