Dados da plataforma Farol Covid mostram que Mato Grosso do Sul está na pior fase do novo coronavírus
Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro com a maior média móvel de casos e de mortes por Covid-19 dos últimos sete dias a cada 100 mil habitantes, de acordo com dados da plataforma Farol Covid, feita por pesquisadores e utilizada pelo governo do Estado.
Conforme a publicação, o Estado tinha ontem 40.10 de média móvel de casos por 100 mil habitantes.
A segunda unidade da federação com o maior número de episódios do País é Santa Catarina, com 37.29 proporcionalmente a sua população. Em seguida vem o Espírito Santo, com 36.60.
Paraná também está com uma incidência alta da doença, com média por 100 mil habitantes de 32.30 casos. Assim como Sergipe, com 31.00 nos últimos sete dias.
O valor é resultado do número de casos registrados no intervalo de sete dias, dividido por igual período, em relação à população de cada Estado.
Hoje, conforme dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul tem média móvel de 1.042,4 episódios por dia, em uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2.809.394.
MORTES
Em relação aos óbitos em decorrência da Covid-19, Mato Grosso do Sul também figura com o maior número da média móvel proporcional a sua população. Ontem, de acordo com o Farol Covid, esse dado era de 0.91 a cada 100 mil habitantes nos últimos sete dias.
O segundo Estado com a maior taxa de mortes é Santa Catarina, porém, bem distante da apresentada em Mato Grosso do Sul. Ontem, o estado do Sul País estava com 0.66 e logo em sequência vinha o Espírito Santo, com 0.65 de média de mortes.
Mato Grosso e Rio Grande do Sul também estavam com a taxa elevada de óbitos, sendo 0.52 e 0.51 respectivamente, nos últimos sete dias.
Dados do boletim epidemiológico mostram que Mato Grosso do Sul está com média diária de 24 mortes pela Covid-19, uma das maiores desde o início da pandemia no Estado.
Esse valor vem em função de o número de mortes ter crescido vertiginosamente na última semana epidemiológica, que terminou no sábado (26), quando foram contabilizados 175 óbitos apenas por Covid-19.
No período anterior havia sido 119, mas pouco mais de um mês antes, na semana 47, que foi entre os dias 15 e 21 de novembro, esse somatório era apenas de 30 vítimas em sete dias.
O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, disse, durante a apresentação dos dados de ontem da pandemia, que muitas pessoas estão demorando em procurar ajuda para se tratar, o que tem agravado a doença.
“Isso mostra a letalidade da doença e mostra também a procura tardia das pessoas às unidades de saúde, principalmente aos hospitais, elas estão chegando já em um estado avançado da doença, permanecem poucos dias e às vezes vão a óbito no mesmo dia da internação”, afirmou.
“Significa que precisamos melhorar nossa assistência e precisamos melhorar o fluxo, para que esse paciente tenha, pelo menos, a possibilidade de poder preservar a vida”, completou Resende. .
BOLETIM
De acordo com o boletim epidemiológico da SES, divulgado ontem, Mato Grosso do Sul tem ao todo 129.484 casos confirmados de Covid-19 e 2.245 óbitos pela doença. Entre a noite de sábado e domingo foram acrescidos mais 223 episódios e 16 mortes.
Os recuperados já somam 114.020, mas em isolamento domiciliar encontram-se 12.570 pessoas que ainda transmitem o vírus. “O número de casos a cada dia se apresenta gigantesco no Estado”, afirmou Resende.
Entre os internados, 649 pessoas confirmadas com a doença ocupavam leitos, das quais 338 estavam em leitos clínicos (205 público e 133 privado) e 311 em unidades de terapia intensiva (218 público e 93 privado).
Das 16 mortes apresentadas ontem, oito eram em Campo Grande e uma em Bataguassu, Eldorado, Coronel Sapucaia, Juti, Miranda, Maracaju, Corumbá e Douradina – eram pessoas de 38 a 99 anos e três delas não tinham nenhuma doença relatada anteriormente.